Nosso bairro Morada do Vale II foi construído no final dos anos 70 e
início dos anos 80. As pessoas vieram para cá de diferentes lugares e trouxeram
diversas experiências de fé e de Igreja.
Desde o começo havia um grupo de senhoras (Dona
Homera, Dona Tita, Dona Bárbara e Dona Miguelina) que se reunia para rezar e
para conversar. As reuniões eram feitas nas casas e nas dependências da Escola
Municipal Alberto Pasqualini. Foi a partir destas orações e bate-papos
informais que surgiu e se consolidou a ideia de se criar uma comunidade no
bairro. O objetivo estava lançado!
No ano de 1985 intensificaram-se as reuniões e os
contatos. Dia 04/05/1985 foi formada a 1ª coordenação. Neste mesmo dia foi
escolhido o local para a futura igreja na Rua Eurico Lara, próximo à Escola
Alberto Pasqualini, local bonito e central.
A escolha do santo padroeiro se deu da seguinte forma:
foram apresentados alguns nomes de santos e, dentre eles, foi escolhido São
Miguel, pois Dona Tita vinha de uma comunidade onde o padroeiro era São Miguel,
Dona Homera era devota do santo e já tinha um filho com este nome, e Dona
Miguelina já tem o nome do santo em seu próprio nome. Portanto, definiu-se que o
nome da comunidade seria São Miguel.
Já na reunião do dia 09/05/1985 foi apresentado em
papel timbrado, com carimbo, o ofício ao prefeito Municipal de Gravataí,
solicitando o terreno para a comunidade. Dia 11/05/1985 a diretoria foi
apresentada ao Arcebispo de Porto Alegre, Dom Cláudio Colling, pelo pároco
local, Pe. Paulo Kunrath.
Em 15/05/1985 começaram as atividades de construção do
salão comunitário. Foram programados, pedágios, festas juninas, jantares para casais
e muitos galetos e rifas para angariar fundos para a obra.
– Suamos bastante, mas conseguimos nosso salão
paroquial, que era a metade do que é hoje!
Dia 25/05/1985 foi realizada a primeira festa jovem,
com muito sucesso. Em setembro de 1986, ainda na Escola Alberto Pasqualini,
realizou-se pela primeira vez em nossa comunidade uma primeira comunhão.
Mais tarde, em 1992, chegaram os freis. Veio para o
nosso convívio o Frei João Osmar d’Ávila para nos orientar. Aprendemos bastante
e nossa comunidade, cresceu cada vez mais. Aprendemos a nos organizar como comunidade
de fé.
“Gostoso e às vezes cansativo, mas trabalhamos não é
para nós e não para aparecer e nem querer ser mais do que ninguém. Trabalhamos
por amor a Deus e a nossa comunidade” (Dona Tita).
Hoje, depois de todos esses anos, é bonito ver a nossa
igreja. É bonito ver tanta gente que trabalha pela nossa comunidade: as
lideranças, os catequistas, o grupo de Jovens, os Coroinhas, as equipes de
Liturgia, os Ministros, a Pastoral da Criança e da Saúde, a Pastoral do
Batismo, o cantinho da saúde e os freis, que sempre nos acompanharam.
E unidos na fé, no desejo de fazer o bem, como São
Miguel que lutou no céu contra Lúcifer, nós lutamos em nossa comunidade para
fazer o bem ao próximo.
Ao começar esta pesquisa sobre minha comunidade
descobri cada história linda que não caberia em apenas um Elo Comunitário. Hoje
eu entro com novos olhos na nossa igreja que foi erguida com muito suor e muita
fé.
Obrigado a todos que ajudaram de alguma forma a nossa
comunidade e que continuam ajudando para que ela cresça ainda mais.
“Tudo o que um sonho precisa para ser realizado é
alguém que acredita que ele possa ser realizado.”
Texto adaptado de artigo do Elo Comunitário, escrito
por Malone Rodrigues